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domingo, 25 de dezembro de 2011

ET VERBUM CARO FACTUM EST

Neste dia santo, em que celebramos o nascimento do Senhor, a liturgia nos apresenta este acontecimento salvífico a partir de dois prismas: o primeiro o possui um cunho mais narrativo-descritivo que corresponde ao relato do Evangelista Lucas proclamado na missa de vigília celebrada ontem à noite. Aí, Lucas põe o dado central de nossa fé, a saber: o Filho de Deus nasceu, em Belém, no período em que Quirino era governador da Síria. Nasceu em estábulo, no meio dos animas, pois não havia lugar para eles na hospedaria. Os pastores foram os primeiros a receberem o anúncio do anjo: o menino é um recém-nascido, envolto em faixas, está com sua mãe e pai.

A grandeza do referido relato reside no fato de que o Evangelista Lucas precisa as circunstâncias de tempo e espaço no qual o Filho de Deus se encarnou e se fez homem. O nascimento do Filho de Deus, portanto, não é uma ilusão ou mais um mito de cunho religioso que fala de certa habitação de um deus no meio dos homens; ao contrário, aqui, trata-se de uma realidade histórica concreta: o Filho de Deus altíssimo tornou-se homem, habitou em nosso meio, assumiu para si nossa humanidade, a nossa carne e sangue, as nossas dores, alegrias e vicissitudes.
Na missa de hoje, ouvimos o Evangelho de São João que escreve uma espécie de Teologia da Encarnação. Ou seja, João faz uma espécie de comentário do factum proclamado ontem por Lucas, comentário este que nos faz compreender as implicações da encarnação de Jesus para nossa vida prática, para o nosso cotidiano.
João, no seu prólogo, começa referindo-se a Jesus como o Verbo, como a Palavra que existe desde o princípio (arkh) que estava voltada para Deus, que Deus. Aqui, claramente há uma referência ao Livro do Gênesis: Deus que cria todas as coisas através do poder de sua palavra: “e Deus disse: ‘faça-se a luz’ e a luz se fez”. A Palavra de Deus é apresentada com um caráter performativo, ou seja, ela e capaz de realizar aquilo que significa. Segundo São João, esta Palavra de Deus é uma pessoa, uma pessoa divina, é o próprio Deus (v.1). Essa Palavra toma carne, se faz homem e habita de uma maneira inteiramente nova e definitiva em nosso meio.
Uma melhor compreensão de Jesus como a Palavra encarnada do Pai, nos é comunicada quando ouvimos a carta aos Hebreus. Nela nos é dito que “Deus, de muitos modos, falou aos nossos pais, nesses dias que são os últimos, nos falou por seu Filho” (Hb 1,1-2). Aqui, compreendemos o ponto alto dessa teologia. Jesus é a Palavra definitiva de Deus aos homes: nele Deus disse-nos tudo o que havia para ser dito. Jesus é, segundo a Dei Verbum, Deus que se faz homem para de um modo humano, falar aos homens quem é Deus. Portanto, Jesus não possui apenas uma opinião sobre Deus, mas ele possui uma palavra autorizada, credível que é pronunciada cheia de autoridade.
Os antigos, diante deste evento salvífico da encarnação do Filho de Deus, se perguntaram: cur Deus homo? (Por que Deus se fez Homem?). No final das contas, a pergunta pode soar assim: ‘por que Deus se fez homem?’. ‘Se foi para a nossa salvação, não havia outro modo?’. ‘Por que dessa maneira?’ A resposta dada a esta pergunta nos remete diretamente ao sentido do mistério celebrado por nós hoje. Deus, segundo os antigos, se fez homem para a nossa salvação. Salvação, no entanto, não é apenas a remissão dos pecados, mas a participação na vida do próprio Deus. Então, no final das contas compreendemos que Deus se fez homem para que os homens se tornassem deuses.
Deus se fez homem para que a nossa vida humana fosse elevada a estatura de Jesus Cristo, homem como Deus pensou. Neste sentido, é possível compreender as palavras de São João: “a Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.
Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus”. (Jo 1,11-12). A escuta da Palavra é o modo concreto através do qual, novamente, esta palavra toma carne em nós novamente. Assim sendo, quando damos ouvidos a esta Palavra, também nós nos tornamos filhos, no Filho.
É graças à encarnação de Jesus que as portas do céu se abriram para nós. Entre terra e céu não há mais aquela distância abissal que existia entre criatura e criador. A amizade entre nós vai sendo restabelecida, pois tudo aquilo que foi assumido na encarnação será definitivamente remido na cruz e ressurreição do Senhor.

Pe. Elton Santana dos Santos.
Coordenador da Pastoral Vocacional Arquidiocesana.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

COMO DISCERNIR A VOCAÇÃO SACERDOTAL

Olá Pessoal,
Vai aí algumas dicas que nos ajudam em nosso discernimento acerca de como se pode melhor compreender os sinais da vocação sacerdotal. Um bom proveito.

Pe. Elton Santana dos Santos.
"Ele me amou e por mim se entregou" (Gal 2,20)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

OS AMIGOS DO SEMINÁRIO


Caros Vocacionados e Vocacionadas,

O Seminário Central São João Maria Vianney, em uma cerimônia de lançamento, realizada no dia último dia 30, concretizou dois grandes sonhos: o primeiro deles foi a revitalização do site do Seminário Central e o segundo refere-se à Campanha dos Amigos do Seminário. Agora você pode conhecer um pouco mais da vida do Seminário, do nosso cotidiano e dos trabalhos realizados por formadores e formandos. Acesse o nosso site: seminariocentral.org.br

Além disso, sua contribuição com a nobre missão de formar os futuros pastores da nossa Arquidiocese pode se tornar uma realidade mais palpável: torne-se um amigo(a) do Seminário: você poderá contribuir financeiramente com a nossa obra, acessando o hot site dos Amigos do Seminário e preenchendo um pequeno formulário que gerará um pequeno boleto bancário a ser pago em qualquer agência bancária. Acesse já e dê este passo em nossa direção: Amigos do Seminário

Pe. Elton Santana dos Santos
Formador do Seminário e Coordenado da PV.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

DICA


Olá meus queridos Vocacionados e Vocacionadas,

O Seminário Central São João Maria Vianney promove mais um D.I.C.A (Dia Central de Ajuda ao Seminário). O DICA é um grande dia de confraternização no qual o Seminário abre as suas portas para acolher com festa a todos os amigos da nossa Arquidiocese. Venha participar conosco: será um dia de confraternização, atrações musicais, missa e comidas diversas.

Esperamos por você!

Pe. Elton Santana dos Santos.

A VOCAÇÃO DO PROFETA JEREMIAS

“... a missão de destruir, arrancar e plantar a justiça divina...”.
Jr. 1,10.

De Michael Mutinda, Imc*

Vocação.
A palavra vocação vem da palavra latina vocare que quer dizer, chamar. Vocatio é chamamento, chamar, eleger, escolher. Então, se vocação é chamamento, deve haver alguém que chama e alguém que é chamado. Portanto, não é simples tendência ou inclinação pessoal, mas é chamada. Então podemos definir a vocação como: o chamado que brota do mais íntimo do ser humano, onde ressoa a voz de Deus para dar a resposta a ele. Portanto, vocação aqui tem uma dimensão essencialmente religiosa. Falar da vocação na Bíblia, há perigo de se preocupar com a interpretação exegética, mas nós aqui faremos simplesmente uma conversa segundo o texto.

Senso bíblico da vocação.
Podemos dizer que a vocação é um fato bíblico. O nosso Deus é um Deus que fala que escolhe e chama pessoas para o serviço, para missões concretas e determinadas. Esta sempre foi a convicção presente na consciência do povo bíblico. Deus conduz a história e a iniciativa é sempre dele. Muito significativa na Bíblia é a vocação-chamamento e envio dos profetas. Os grandes profetas bíblicos falam da própria vocação, dando testemunho do chamado divino individual, direto e imediato. A toda vocação comporta o envio para uma missão, e a toda vocação exige ruptura com o passado. Vemos isso com a vocação de Jeremias.

Vocação de Jeremias (Jr. 1,4-10)
A vocação de Jeremias é descrita de uma maneira da bela construção literária, que encontramos no capítulo 1,4-10. Neste texto, vemos que Deus se revela a Jeremias e lhe dá a missão de destruir, arrancar e plantar a justiça divina (Jr. 1,10). Jeremias objeta dizendo que não sabe falar. “Ah! Senhor Deus, eis que eu não sei falar, porque ainda sou uma criança” (Jr. 1,6). E Deus mesmo lhe diz: “Não tenhas medo deles, para que eu não te aterrorize à vista deles” (Jr. 1, 17). Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constitui profeta para as nações” (Jr. 1,5).

Missão marcada por medo e crise da sedução
Jeremias se mostra como um profeta medroso. Se o seu nascimento foi marcado pela alegria na casa paterna (Jr. 20,15), ele, no entanto, quando já crescido amaldiçoa o dia do seu nascimento: “Maldito o dia em que nasci” (Jr. 20,14). Jeremias demonstra claramente que não queria ter nascido. A sua mãe levou a culpa: “Minha mãe teria sido minha sepultura” (Jr. 20,17). “Mãe, minha desgraça é a vida que a senhora me deu” (Jr. 15,10). Lendo o texto de jeremias, se percebe que ele viveu na roça. Não se casou. Conhecedor do sofrimento de seu povo, Jeremias sabia que algo deveria ser feito, mas ele tinha medo. No ano 627 antes da Era Comum, no décimo terceiro ano do governo de Josias, Jeremias sente o chamado de Deus.

Os elementos essenciais da sua vocação.
          Podemos sintetizar os pontos essências da vocação deste profeta em seguintes pontos:
  1. Deus quando chama alguém é porque este já é íntimo seu. “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei” (Jr. 1,1-5). Com estas palavras, Jeremias narra a sua experiência de Deus.
  2. A missão profética e sua realização confirmam o chamado. Jeremias tem consciência que ele é um consagrado para a missão profética: “Eu te consagrei” (Jr. 1,5b). Por isso, ele não sabe fazer outra coisa senão ser profeta.
  3. O medo e outras limitações humanas são inerentes à vocação. Isto não é diferente com Jeremias, que, de tanto medo, apela para o não saber falar. “Eu sou criança” (Jr. 1,6).
  4. O profeta é porta-voz de Deus (Jr. 1,7). Jeremias terá que falar em nome de Deus e em sintonia com o povo ao qual ele foi enviado por Deus. E Deus estará com ele sempre.
  5. O profeta é abençoado por Deus. As palavras de Deus são colocadas em sua boca, de modo que ele fale em seu nome (Jr. 1,10).
  6. O profeta é seduzido por Deus. “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr. 20,7). Estas palavras proferidas por Jeremias demonstram como ele compreendeu o mistério da vocação em sua vida. Deus mudou a vida de Jeremias.

Para refletir:
  1. Dissemos que uma vocação acertada leva a pessoa a se sentir realizada e feliz. Concorda ou não? Se concordar, que testemunha você dá da vocação que escolheu?
  2. Numa comunidade cristã, Deus chama pessoas para serem responsáveis para que cada pessoa acerte na sua escolha da própria vocação e seja feliz. Pessoalmente, você está colaborando neste sentido, na sua comunidade, na sua escola, na sua família?


*Michael Mutinda, é missionário da Consolata trabalhando com a AMV em São Brás de Plataforma, Salvador.

sábado, 27 de agosto de 2011

VOCAÇÃO RELIGIOSA

A Vocação religiosa é um chamado a uma vivência radical do Batismo. É caracterizado por um constante combate a idolatria, especialmente através da vivência dos votos de pobreza, castidade e obediência. Porém, a vida religiosa entra em crise quando deixa de lado a vivência dessa vocação primeira, a radicalidade do batismo, para afirmar somente as suas atividades, práticas. Quando deixa de lado a vivência da sua consagração, o religioso, pouso a pouco, se afasta de seu chamado.




Fonte: http://padrepauloricardo.org/audio/40-a-resposta-catolica-vocacao-religiosa/

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

JMJ: HOMILIA DO PAPA NA MISSA COM SEMINARISTAS

Sinto uma profunda alegria ao celebrar a Santa Missa para todos vós, que aspirais a ser sacerdotes de Cristo para o serviço da Igreja e dos homens, e agradeço as amáveis palavras de saudação com que me acolhestes. Hoje esta Catedral de Santa Maria a Real da Almudena lembra um imenso cenáculo onde o Senhor desejou ardentemente celebrar a Sua Pascoa com todos vós que um dia desejais presidir em seu nome os mistérios da salvação. Vendo-vos, comprovo de novo como Cristo continua chamando jovens discípulos para fazer deles seus apóstolos, permanecendo assim viva a missão da Igreja e a oferta do evangelho ao mundo. Como seminaristas, estais a caminho para uma meta santa: ser continuadores da missão que Cristo recebeu do Pai. Chamados por Ele, seguistes a sua voz; e, atraídos pelo seu olhar amoroso, avançais para o ministério sagrado. Ponde os vossos olhos n’Ele, que, pela sua encarnação, é o revelador supremo de Deus ao mundo e, pela sua ressurreição, é a fiel realização da sua promessa. Dai-Lhe graças por este sinal de predilecção que reserva para cada um de vós.
A primeira leitura que escutámos mostra-nos Cristo como o novo e definitivo sacerdote, que fez uma oferta total da sua existência. A antífona do salmo aplica-se perfeitamente a Ele, quando, ao entrar no mundo, Se dirigiu a seu Pai dizendo: «Eis-me aqui para fazer a tua vontade» (cf.Sal 39, 8-9). Procurava agradar-Lhe em tudo: ao falar e ao agir, percorrendo os caminhos ou acolhendo os pecadores. A sua vida foi um serviço, e a sua dedicação abnegada uma intercessão perene, colocando-Se em nome de todos diante do Pai com Primogénito de muitos irmãos. O autor da Carta aos Hebreus afirma que, através desta entrega, nos tornou perfeitos para sempre, a nós que estávamos chamados a participar da sua filiação (cf. Heb 10, 14).
A Eucaristia, de cuja instituição nos fala o evangelho proclamado (cf. Lc 22, 14-20), é a expressão real dessa entrega incondicional de Jesus por todos, incluindo aqueles que O entregavam: entrega do seu corpo e sangue para a vida dos homens e para a remissão dos pecados. O sangue, sinal da vida, foi-nos dado por Deus como aliança, a fim de podermos inserir a força da sua vida onde reina a morte por causa do nosso pecado, e assim destruí-lo. O corpo rasgado e o sangue derramado de Cristo, isto é, a sua liberdade sacrificada, converteram-se, através dos sinais eucarísticos, na nova fonte da liberdade redimida dos homens. N’Ele temos a promessa duma redenção definitiva e a esperança segura dos bens futuros. Por Cristo, sabemos que não estamos caminhando para o abismo, para o silêncio do nada ou da morte, mas seguindo para a terra prometida, para Ele que é nossa meta e também nosso princípio.
Queridos amigos, vos preparais para ser apóstolos com Cristo e como Cristo, para ser companheiros de viagem e servidores dos homens.
Como haveis de viver estes anos de preparação? Em primeiro lugar, devem ser anos de silêncio interior, de oração permanente, de estudo constante e de progressiva inserção nas actividades e estruturas pastorais da Igreja. Igreja, que é comunidade e instituição, família e missão, criação de Cristo pelo seu Espírito Santo e simultaneamente resultado de quanto a configuramos com a nossa santidade e com os nossos pecados. Assim o quis Deus, que não se incomoda de tomar pobres e pecadores para fazer deles seus amigos e instrumentos para redenção do género humano. A santidade da Igreja é, antes de mais nada, a santidade objectiva da própria pessoa de Cristo, do seu evangelho e dos seus sacramentos, a santidade daquela força do alto que a anima e impele. Nós devemos ser santos para não gerar uma contradição entre o sinal que somos e a realidade que queremos significar.
Meditai bem este mistério da Igreja, vivendo os anos da vossa formação com profunda alegria, em atitude de docilidade, de lucidez e de radical fidelidade evangélica, bem como numa amorosa relação com o tempo e as pessoas no meio de quem viveis. É que ninguém escolhe o contexto nem os destinatários da sua missão. Cada época tem os seus problemas, mas Deus dá em cada tempo a graça oportuna para os assumir e superar com amor e realismo. Por isso, em toda e qualquer circunstância em que se encontre e por mais dura que esta seja, o sacerdote tem de frutificar em toda a espécie de boas obras, conservando sempre vivas no seu íntimo aquelas palavras do dia da sua Ordenação com que se lhe exortava a configurar a sua vida com o mistério da cruz do Senhor.
Configurar-se com Cristo comporta, queridos seminaristas, identificar-se sempre mais com Aquele que por nós Se fez servo, sacerdote e vítima. Na realidade, configurar-se com Ele é a tarefa em que o sacerdote há-de gastar toda a sua vida. Já sabemos que nos ultrapassa e não a conseguiremos cumprir plenamente, mas, como diz São Paulo, corremos para a meta esperando alcançá-la (cf. Flp 3, 12-14).
Mas Cristo, Sumo Sacerdote, é igualmente o Bom Pastor, que cuida das suas ovelhas até ao ponto de dar a vida por elas (cf. Jo 10, 11). Para imitar nisto também o Senhor, o vosso corações tem de ir amadurecendo no Seminário, colocando-se totalmente à disposição do Mestre. Dom do Espírito Santo, esta disponibilidade é que inspira a decisão de viver o celibato pelo Reino dos céus, o desprendimento dos bens da terra, a austeridade de vida e a obediência sincera e sem dissimulação.
Pedi-Lhe, pois, que vos conceda imitá-Lo na sua caridade até ao fim para com todos, sem excluir os afastados e pecadores, de tal forma que, com a vossa ajuda, se convertam e voltem ao bom caminho. Pedi-Lhe que vos ensine a aproximar-vos dos enfermos e dos pobres, com simplicidade e generosidade. Afrontai este desafio sem complexos nem mediocridade, mas antes como uma forma estupenda de realizar a vida humana na gratuidade e no serviço, sendo testemunhas de Deus feito homem, mensageiros da dignidade altíssima da pessoa humana e, consequentemente, seus defensores incondicionais. Apoiados no seu amor, não vos deixeis amedrontar por um ambiente onde se pretende excluir Deus e no qual os principais critérios por que se rege a existência são, frequentemente, o poder, o ter ou o prazer. Pode acontecer que vos desprezem, como se costuma fazer com quem aponta metas mais altas ou desmascara os ídolos diante dos quais muito se prostram hoje. Será então que uma vida profundamente radicada em Cristo se revele realmente como uma novidade, atraindo com vigor a quantos verdadeiramente procuram Deus, a verdade e a justiça.
Animados pelos vossos formadores, abri a vossa alma à luz do Senhor para ver se este caminho, que requer coragem e autenticidade, é o vosso, avançando para o sacerdócio só se estiverdes firmemente persuadidos de que Deus vos chama para ser seus ministros e plenamente decididos a exercê-lo obedecendo às disposições da Igreja.
Com esta confiança, aprendei d’Aquele que Se definiu a Si mesmo como manso e humilde de coração, despojando-vos para isso de todo o desejo mundano, de modo que não busqueis o vosso próprio interesse, mas edifiqueis, com a vossa conduta, aos vossos irmãos, como fez o santo padroeiro do clero secular espanhol São João de Ávila. Animados pelo seu exemplo, olhai sobretudo para a Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes. Ela saberá forjar a vossa alma segundo o modelo de Cristo, seu divino Filho, e vos ensinará incessantemente a guardar os bens que Ele adquiriu no Calvário para a salvação do mundo. Amém.
PAPA BENTO XVI
Madrid - Espanha.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

A VIDA RELIGIOSA COMO CAMPO FÉRTIL

A vida consagrada, profundamente arraigada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito. Através da profissão dos conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus – casto pobre e obediente – adquirem uma típica e permanente “visibilidade” no meio do mundo, e o olhar dos fiéis é atraído para aquele mistério do Reino de Deus que já atua na história, mas aguarda a sua plena realização nos céus. Ao longo dos séculos, nunca faltaram homens e mulheres que, dóceis ao apelo do Pai e à moção do Espírito, escolheram este caminho de especial seguimento de Cristo, para se dedicarem a ele de coração “indiviso”. Também eles deixaram tudo, como os Apóstolos, para estar com Cristo e colocar-se, com ele, a serviço de Deus e dos irmãos. Contribuíram assim para manifestar o mistério e a missão da Igreja, graças aos múltiplos carismas de vida espiritual e apostólica que o Espírito Santo lhes distribuía, e deste modo concorreram também para renovar a sociedade.

O fundamento evangélico da vida consagrada se encontra na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os não só a acolherem o Reino de Deus na sua vida, mas a investirem toda a sua vida, imitando a forma de vida de Cristo, é uma vida Cristiforme isto a serviço do Anúncio do Evangelho.  

Por esta união intima do consagrado a Cristo, Jesus claro si volta inteiramente nesta união intima cumulando a vida deste de graças especificas para viver a realidade que Ele o chamou, também com isso Cristo não o poupa de nada.

As pessoas consagradas são chamadas a orientar toda a sua vida e oferecer tudo o que são e possuem para tornarem-se um verdadeiro sinal de Cristo no mundo. E assim apresentarem em cada situação, um testemunho concreto da presença de Cristo neles. Jesus é o caminho que conduz ao Pai (cf. Jo 14,6). Ele pede aos consagrados, uma adesão total, que implica o abandono de tudo (cf. Mt 19,27) para vivera na intimidade com Ele e segui-lo para onde quer que vá.

Maria Helena de Jesus
Filha do Coração de Maria.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

AS CLARISSAS DE LERMA

Compartilhamos o impressionante vídeo das Clarissas de Lerma! Trata-se de uma comunidade de monjas contemplativas, de clausura que possui um número impressionante de religiosas. Mais impressionante que o número de membros, é perceber o visível amor que as jovens religiosas possuem por Nosso Senhor Jesus Cristo. É verdade: Ele é tudo em nossas vidas. Jovens, coragem! Ofereçam a Deus um sim cheio de fé.



VOCAÇÃO À VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA

Vocação Religiosa é um dom para a Igreja e um sinal para o mundo. Os religiosos são consagrados a Deus para servi-lo e para servir os irmãos e irmãs. Este serviço se dá através de um jeito próprio, ou seja, de acordo com o Carisma de cada Congregação religiosa e de cada membro como um dom, como um modo próprio de ser e agir. Esse dom dado pelo Espírito torna a pessoa apta a realizar determinada missão.

A pessoa vocacionada ingressa em uma família religiosa conforme o carisma pessoal e de acordo com o Carisma da Instituição que ele escolhe para uma missão específica.

Os Religiosos são homens e mulheres que ouviram um dia o chamado de Deus para colocarem suas vidas a serviço, em total entrega a Deus e aos irmãos e irmãs. São chamados a deixarem tudo: casa, família, propriedade, bens, e livremente ingressam numa Congregação ou Ordem religiosa. Professam os Votos de pobreza, castidade e obediência.

Pobreza, na vocação religiosa, tem o significado de capacidade de desprendimento de si mesmo, não ter nada de próprio, para que, livre dos bens materiais, na liberdade interior, possa ter Deus como o Tesouro, o único bem, o Absoluto de sua vida.

Castidade é, além da renúncia livre do matrimônio, ser capaz de ofertar seu coração e todo o seu ser a Deus, numa abertura de amor mais ampla, livre, um amor oblativo, a Deus e nele, a todas as pessoas, numa entrega amorosa na missão que assume como projeto de Deus para sua vida.

Obediência: Busca constante da vontade de Deus, para melhor servir. A obediência a Deus passa por mediações: A Igreja, a Congregação religiosa na pessoa dos superiores, a fraternidade comunitária, a realidade circundante. Ela se dá através de um íntimo relacionamento com Deus, na abertura e confronto aberto, maduro e sincero entre os membros e em um exercicio constante de discernimento.

A Origem da Vida Consagrada

O Fundamento da Vida Consagrada é Jesus Cristo. Ele que sendo de condição divina não quis viver segundo a glória que tinha, mas se esvaziou, veio a este mundo, tornando-se um de nós, e em atitude de humildade se entregou até à morte e morte de Cruz (cf fil 2, 1-11s). É Ele próprio quem faz apelo para o seu seguimento: “Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis escolher e foram até Ele” (Mc 3,13). Constituiu o grupo dos doze para que ficassem com Ele... e os enviou a pregar, com poder de expulsar os demônios e realizar a mesma missão que Ele realizava.

Além do apelo aos discípulos e aos doze, lança convite ao jovem rico, e como condição de vida em perfeição manda deixar tudo, vender os bens e dar aos pobres. Essas seriam as condições para o seguimento. E Fala de alguns que renunciam à vida conjugal e abraçam o celibato por causa do Reino de Deus (Mt 19, 12 a 21). Também São Paulo Apóstolo fala que escolheu viver sem casar para facilitar a missão (1cor 7, 7)

Nos primeiros tempos do Cristianismo temos o testemunho de homens e mulheres que viviam sem casar em vida de oração e serviço a Deus e aos pobres, bem como o testemunho dos mártires e das virgens que escolhiam morrer preservando a virgindade.

A Vida Religiosa surge como sua primeira forma, no séc III e IV com os Monges do Deserto que buscam viver em oração, silêncio, penitência, jejum e trabalho (Santo Antão, São Basílio, São Pacômio).  Mais tarde, São Jerônimo, Santo Agostinho, São Bento. No Séc.XII e XIII São Francisco de Assis e São Domingos, chamadas Ordem dos Mendicantes e a Ordem Feminina, com Santa Clara de Assis.

Assim a Vida Consagrada se expandiu sempre mais através das Congregações Religiosas de Vida contemplativa e ativa. Hoje ela é chamada a viver sempre mais comprometida com o profetismo, no anúncio, na denúncia, na renuncia e no testemunho, assumindo a fidelidade dinâmica e criativa que lhe é própria, vivendo a radicalidade do batismo, dentro dela mesma, na Igreja e na sociedade através de sua opção preferencial, audaciosa e atualizada pelos empobrecidos e excluídos da sociedade,vivendo a missão de Jesus, sendo sinal para o mundo, anunciando o Reino de Deus. Por sua natureza ela é profética e sempre é chamada a radicalizar seu jeito de viver e anunciar o Evangelho com seu próprio jeito de ser.


É Jesus a sua força, seu sustento, seu alento, sua luz. Por isso, a pessoa consagrada busca na palavra de Deus, na oração contínua e na Eucaristia o vigor e as graças necessárias para continuar servindo a Deus e aos irmãos e irmãs com alegria, coragem e esperança.

A TEOLOGIA DO CORPO

Caro Leitor,

Em homenagem às famílias, postamos alguns vídeos nos quais, o Pe. Paulo Ricardo, da Arquidiocese de Cuiabá (Mato Grosso - Brasil), expõe a temática da teologia do corpo desenvolvida por João Paulo II em suas catequeses. Esperamos que tais catequeses, hoje, postadas, nos ajudem a refletir um pouco mais sobre o tema das famílias.


A Solidão Originária


A Comunhão Originária



A VOCAÇÃO AO MATRIMÔNIO



Muitas pessoas buscam um significado para suas vidas e desejam entender com o que realmente se identificam na missão confiada a elas. Responder a uma vocação é assumir um chamado que não ouvimos nem acertamos na resposta marcando um "x" na opção que mais nos agrada. Nós nos certificamos de que estamos trilhando o caminho certo cada vez que vencemos um obstáculo quando buscamos fundamentar nossa vida seja para o sacerdócio, para o matrimônio ou para a vida religiosa.
As palavras de João Paulo II nos asseguram que “A semente de uma vocação existe no coração de cada jovem, e está esperando somente pela oportunidade de germinar” (cf. “Words of Inspirations”). E como seres espirituais, não podemos identificar o nosso agir específico, a não ser por meio da oração e das experiências referentes às atividades pertinentes ao que nos atrai.

COMPROMISSO

O caminho vocacional para aqueles que desejam a vida conjugal também não poderia ser diferente. Há a necessidade de conhecer tudo aquilo que abrange um estado de vida assumido entre duas pessoas.
O relacionamento conjugal nos chama a cultivar o respeito recíproco e convida o casal para praticar o “desinstalar” de sua própria autossuficiência. A maneira como o casal manifesta esse sentimento dentro dessa relação os ajudará a conduzir suas vidas diante dos desafios de uma vida vocacionada . O amor existente entre o homem e a mulher – que é essencial para um casamento feliz – faz com que o casal viva a eterna reconciliação, prática que não se limita apenas aos dois, mas se estende de maneira incondicional aos filhos, frutos dessa vocação aos quais os genitores devem aceitar, formar e educar dentro da doutrina cristã.
As etapas que nos auxiliam a identificar se somos ou não chamados à vocação ao matrimônio se delineiam nos tempos do namoro e do noivado. Nesse período, os casais terão subsídios suficientes para avaliar a proposta de uma vida a dois. Para isso, é importante que conheçam a realidade familiar e todo o compromisso e responsabilidades acerca da vida conjugal por meio do estreitamento do convívio com aqueles que já são casados. A experiência dessa convivência lhes proporcionará uma mostra daquilo que compreende uma vida em comum, partilhada num mesmo objetivo, de modo a fundamentar a certeza do que desejam viver.
Conhecer os preâmbulos da vida conjugal não significa vivê-la de maneira íntima, com o propósito camuflado apenas na satisfação da libido. Da mesma maneira que o jovem vocacionado ao sacerdócio não celebra a Santa Missa antes de sua ordenação, a pessoa vocacionada à vida conjugal não tem por que viver uma experiência para a qual ela não está preparada para assumir, tendo em vista as responsabilidades e o compromisso referentes à plenitude desse chamado.

SANTIDADE DO MATRIMÔNIO

O Sacramento do Matrimônio nos investe da graça para uma nova etapa que assumimos, num caminho de santidade, em que marido e mulher se formam mutuamente. Nessa jornada, podemos contar com a ajuda do nosso cônjuge para a realização e o cumprimento desse chamado.
O casal vocacionado ao matrimônio é, dessa forma, convidado para formar família – Igreja particular – formando com aquela pessoa uma só carne, com a qual receberá a investidura do sacramento, que os unirá para um propósito que será realizado em conjunto. Todavia, sem a abertura do coração, por meio de uma vida de oração, não será possível entender com convicção a real importância dessa vocação, a qual, somente com o auxílio de Deus, seremos capazes de cumprir.

DADO MOURA

Link: http://wiki.cancaonova.com/index.php/Voca%C3%A7%C3%A3o_ao_Casamento

sábado, 13 de agosto de 2011

A VERDADE COM HUMOR - A FAMÍLIA COMO LUGAR DO CHAMADO

Neste sábado que antecede o domingo dedicado às famílias, postamos este belo e engraçado vídeo onde uma pequena criança de Itabuna brinca de celebrar a missa. Quantas vocações começaram assim?! Agradecemos a muitas famílias que incentivam seus jovens filhos no caminho de seguimento a Jesus. Oremos e trabalhemos pelas vocações!


Pe. Bernardo parte I



Pe. Bernardo parte II

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"ENVIA, SENHOR, OPERÁRIOS PARA SUA MESSE"


A vocação é sempre uma iniciativa de Deus: é Ele quem chama! Nós precisamos, segundo o que nos diz o Evangelista Mateus (9,38), "pedi ao Senhor da messe que envie operários a sua messe". Peçamos, portanto, a Deus que Ele seja generoso para com sua Igreja e chame a muitos ao seu seguimento e serviço.

Pe. Elton Santana dos Santos
Coordenador da Pastoral Vocacional.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PESCADOR DE HOMENS

Vencedor do Prêmio Gabriel em 2007, "Pescadores de Homens" (Fishers of men), é um filme de Grassroots produções sobre o sacerdócio, considerado a melhor sobre a vocação sacerdotal jamais produzido pela Igreja Católica. O filme fala de alguns dos homens mais valentes e de grande influência na história e foi realizada a pedido da Conferência Episcopal Norte-americana. A promessa feita por Cristo a Pedro: "vós sereis pescadores de homens" continua a ser vivenciada por muito ainda hoje.


Pescadores de Homens - Parte I

    
Pescadores de Homens - Parte II

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A BELEZA DA VOCAÇÃO SACERDOTAL

As “vocações específicas”, sobre as quais refletimos ao longo de todo o mês vocacional, são caminhos específicos através dos quais o cristão vivencia a sua vocação fundamental à santidade. No primeiro domingo deste mês, nos voltamos para a vocação específica do Sacerdócio a fim de redescobrirmos a sua beleza e profundidade.

Ao lançarmos o nosso olhar sobre páginas do Novo Testamento, veremos que já no início da sua vida pública, Jesus chamou os discípulos para que permanecessem com Ele e, posteriormente fossem enviados para pregar o Evangelho (Mc 3,14), curar os doentes e expulsar os demônios (Mt 10,1). No fim de sua vida, na última ceia, Jesus institui o sacramento da Eucaristia e do Sacerdócio. Esta missão de Cristo, confiada aos apóstolos, é perpetuada ao longo da história e vivida ainda hoje, graças ao sacramento da Ordem.

A vocação do Sacerdote é a de ser continuador da missão de Cristo que foi confiada por Ele mesmo aos apóstolos (CATECISMO, 1536). “Qual é esta missão?”: poderíamos nos perguntar. O Sacerdote é aquele que faz às vezes de Cristo, ou seja, é aquele que o representa e que age em seu nome. Esta presença especial de Cristo na pessoa do sacerdote torna-se visível através do exercício de sua tríplice função de ensinar, santificar e governar.

O jovem que sente no seu coração o chamado para consagrar-se a Cristo como padre deve passar por uma longa preparação que começa com o ingresso no Seminário, local e tempo onde e durante o qual são formados os futuros sacerdotes. É no Seminário, através da formação e da força do Espírito Santo, que o jovem vai adquirindo as virtudes necessárias ao sacerdote e, após o período de sua formação inicial, é consagrado através do sacramento da ordem, como padre.

Por fim, se quisermos compreender ainda mais a identidade do sacerdócio torna-se lapidar o conceito de Alter Christus (outro Cristo). O Sacerdote é outro Cristo: é um cristão entre os demais cristãos, mas é, ao mesmo tempo, o anunciador por excelência do Evangelho, é aquele que guia a comunidade dos fiéis e aquele que, em nome de Jesus, preside a Eucaristia e os demais sacramentos.

Pe. Elton Santana dos Santos
Coordenador da Pastoral Vocacional Arquidiocesana.  

CURIOSIDADE - O MÊS VOCACIONAL


É Agosto, mês vocacional! A ideia de um mês vocacional nasceu num contexto de desenvolvimento e organização da vida pastoral da Igreja do Brasil. Em 1970, período imediatamente posterior à realização do Concilio Vaticano II, Dom Aloísio Lorscheider inaugura a experiência do mês vocacional na diocese de Nova Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Em 1981, na décima nona assembleia geral da CNBB, tal iniciativa será estendida a todo território nacional. A partir de então, o mês de Agosto torna-se o mês das vocações.

Em cada domingo do referido mês, recorda-se uma vocação específica: no primeiro, a Igreja celebra a vocação sacerdotal; no segundo domingo, recorda-se a vocação familiar; no terceiro, celebra-se a vocação religiosa, e, por fim, no último domingo do mês evidencia-se a importância da vocação dos catequistas. 

Vivamos com intensidade este mês vocacional e peçamos insistentemente ao Senhor da messe que envie operários para sua messe.

Pe. Elton Santana dos Santos
Coordenador da Pastoral Vocacional Arquidiocesana.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

VOCAÇÃO – UMA REVELAÇÃO DE AMOR

Pela revelação sabemos que todos os homens e mulheres foram chamados por Deus à Santidade (Gn 1, 26; 2,27). Ele fez o homem e a mulher a sua imagem e semelhança, os abençoou e lhes entregou todas as possibilidades de realização. Somos filhos e filhas do amor de Deus e por isso, somos graça. Ao criar-nos, Deus nos proporcionou tudo aquilo que nós necessitamos para crescer. Ele nos fez assim: abertos e abertas a Ele.

O gesto grandioso de Deus ao nos criar tem por finalidade a humanização do mundo pelo amor. Deus é amor e cada homem e cada mulher é a revelação do seu amor. É chamado, portanto, à realização plena deste amor. A este CHAMADO NÓS O CHAMAMOS VOCAÇÃO.

Vocação é uma iniciativa gratuita de Deus (Gn1, 26) que impulsiona cada coração humano a dar uma resposta consciente ao plano de amor de Deus. Ele pensa em cada pessoa: Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para... (Jr 1, 4). A essência de Deus faz com que cada pessoa  queira responder à Vocação Fundamental: a ser filho (a) de Deus, a ser cristão, a ser igreja. A tomar consciência de que todos somos irmãos e fazemos parte do reino de Deus.

A vocação afeta a pessoa no mais profundo do seu íntimo: Tu me seduziste Senhor, e eu me deixei seduzir” ( Jr 20,7). É a experiência de sentir-se profundamente amado(a) por Deus e responder SIM a este amor incondicional que preenche todo o nosso ser. O único amor capaz de preencher o ser humano na sua essência é o amor de Deus.

Jovem, Deus chama a pessoa concreta, numa situação concreta e para uma finalidade. E chama a todos de maneira diferente, para missões diversas. É preciso atenção amorosa aos sinais de Deus no cotidiano: nos espaços nos quais você se encontra ou freqüenta: na família ou no trabalho, no colégio ou na faculdade, na rua ou na balada, nos grupos da igreja ou no irmão que sofre, ou ainda no silêncio da oração.

São muitas as oportunidades que temos de um encontro pessoal com Jesus, escutar o seu chamado e darmos uma resposta amorosa: tornar-nos discípulos (as) e missionários (as) de Jesus e ouvir dele mesmo: “Eu que falo contigo, eu sou o Cristo” (Jo 4, 26) e conduzindo muitos outros à experiência do encontro sedutor e apaixonante com Ele (Jo 4,42).

E você, já pensou sobre a sua verdadeira Vocação? Que tal buscar e ocupar o seu lugar na Igreja e no mundo? Jesus Cristo está esperando sua resposta.

Irmã Graças Fonseca
Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil